Homosexualidade e a Biblia


A Bíblia não condena a homossexualidade (é inadequado usar o termo homossexualismo, pois o sufixo “ismo” denota doença e homossexualidade não é doença), mesmo com esta afirmação, não pretendemos receber o rótulo: “igreja gay” ou de um ministério direcionado apenas à comunidade LGBT, muito embora não neguemos um real compromisso em levar o amor de Deus a estes, já que são tão rejeitados pelas igrejas.
Logo abaixo você encontrará alguns trechos do livro: "A Bíblia sem preconceitos" de autoria do pastor Marcos Gladstone que revelam porque a Bíblia autoriza a homossexualidade vivida num ambiente a dois de amor e fidelidade.
Você pode adquir "A Bíblia sem preconceitos" pelo correio para qualquer lugar do Brasil por doações de R$ 15,00. Basta encaminhar um e-mail para livro@igrejacontemporanea.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. e saiba maiores informações.
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 1. Jônatas e Davi - namoro ou amizade?
2. Procriação sim, mas e os eunucos?
3. Sodoma e Gomorra (Gênesis 18-19)
4. Levítico 18,22 e 20,13
5. Romanos 1, 21-28
6. 1 Coríntios 6,9-10 e 1 Timóteo 1,10
7. Liberdade para amar, não para libertinagem
Proibida a cópia ou reprodução do material abaixo, salvo de breves citações mencionando a autoria.
© 2008 "A Bíblia sem preconceitos" de Marcos Gladstone
Certificado de Registro n. 438.646 L. 822 fl. 306.
Escritório de Direitos Autorais da Fundação da Biblioteca Nacional.
1) JÔNATAS E DAVI - NAMORO OU AMIZADE?
Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; muito querido me eras! Maravilhoso me era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres. (2 Samuel 1, 26)
Como é extraordinário saber que Davi era um homem segundo o coração de Deus. “Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.” (Atos 13, 22b).
Melhor ainda saber que foi deste mesmo homem, segundo o coração de Deus, que brotou um relacionamento de intenso amor. Entretanto, não foi um relacionamento entre um homem e uma mulher!
Veremos que esta é uma história emocionante que além de proporcionar enorme autoaceitação por parte dos homossexuais, já que podem se ver retratados em um dos contextos bíblicos mais belos das Escrituras Sagradas e da história da humanidade.
O tempo em que sucede a história era uma época em que as mulheres não tinham o seu devido valor. Eram tratadas, na sua maioria, como uma simples mercadoria. Naqueles tempos, as mulheres eram vendidas no mercado e tinham o seu valor auferido de acordo com quesitos como: virgindade, habilidades domésticas, dentição. Além disso, o relacionamento íntimo entre dois homens expressava em algumas daquelas sociedades, um elevado grau de nobreza e honradez.
Ocorre que líderes cristãos, com fim de tentar desvirtuar o real sentido desta história, costumam propor falsas argumentações, para que os seus seguidores pensem que esta passagem fala apenas do amor “fileo” que significa “amor fraternal” no idioma grego.
É importante refutar a doutrina religiosa homofóbica que insiste em falar que o amor de Jônatas e Davi era um amor “fileo”, porque somente no idioma grego há distinção das três formas de significação da palavra amor e não no hebraico, já que este último foi exatamente o idioma em que foi narrada a história.
Assim, no grego, há o amor “fileo” – amizade; o amor “eros” – amor sexual e o amor “ágape” - a expressão máxima de amor como doação completa que se refere ao amor de Deus pela humanidade.
O Antigo Testamento foi escrito em quase toda a sua totalidade no hebraico e algumas partes em aramaico. Nestes dois idiomas, a palavra “amor” denota “amor”, sem a possibilidade de variantes, devido à própria estrutura das duas línguas.
Ultrapassadas estas preliminares, vamos, de forma sucinta, conhecer esta linda história de amor.
Sinceramente, nunca vi um homem que tivesse apenas amizade por outro homem dizer declarações sentimentais tão fortes, ter encontros de amor a ponto da alma de um se juntar a de outro, de se encontrarem privadamente, se abraçando, chorando e se beijando.
Depois da leitura de toda a história tente apontar ao menos um rapaz heterossexual no planeta que proceda desta forma com outro heterossexual, apenas por questão de pura amizade.
Jônatas era filho do Rei Saul, que reinava sobre Israel, portanto era ele um príncipe. Davi um dos homens mais belos do reino. (1 Samuel 16, 12).
A história tem claros contornos românticos! Possui uma aliança e, mais ainda, um pacto de amor e fidelidade a dois. (1 Samuel 18,1-5).
Por mais amigos que fossem, temos de convir que estamos diante de uma narrativa bastante “sui generis” em se tratando de dois heterossexuais.
Imagine dois amigos tendo encontros secretos onde se esbanja emoção, paixão, lágrimas, abraços, beijos etc.
Afinal que união de dois homens faria com que um príncipe (Jônatas), evitasse assumir sua posição de real sucessor do trono de Israel, para que o amor da sua vida não encontrasse empecilho para reinar em seu lugar? (1 Samuel 13, 17).
Imagine um príncipe ou homem de tanta importância social e econômica de um país, ficando de tal forma angustiado, ao ponto de recusar se alimentar, simplesmente porque seu pai esta com ódio do seu amigo? (1 Samuel 20, 32-34).
Qual pacto de amor entre dois homens seria tão forte ao ponto de um deles (Davi) continuar cumprindo o pacto de amor mesmo após a morte do outro (Jônatas). (1 Samuel 20, 12-17.42).
Esta é uma história que precisa de uma leitura corajosa. Aqui destacamos algumas partes:
“E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma. E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.” (1 Samuel 18, 1.3-4).
“E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma.” (1 Samuel 20, 17).
“E quanto ao negócio de que eu e tu falamos, eis que o Senhor está entre mim e ti eternamente”. (1 Samuel 20, 23).
“E, indo-se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais. E disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz; o que nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua descendência, seja perpetuamente.” (1 Samuel 20, 41-42).
“Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; muito querido me eras! Maravilhoso me era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Samuel 1, 26).
2) PROCRIAÇÃO SIM, MAS E OS EUNUCOS?
Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta Palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o. (Mateus 19, 11-12).
Deus fez a diferença dos sexos certamente para a procriação. Mas, qual a resposta atualmente a qualquer casal cristão que não deseja ter filhos? Certamente a liberdade de realizar o controle de natalidade e se esquivar da prole.
Veja o que disse o Senhor Jesus quando foi perguntado sobre casamento e divórcio. “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez. Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?” (Mateus 19, 4-5).
O mais surpreendente ficou registrado no mesmo texto em continuação a passagem: “Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta Palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” (Mateus 19, 11-12).
Quem são estes “eunucos que assim nasceram do ventre da mãe”? Será que o Senhor Jesus não estava se referindo aos homossexuais?
As palavras seguintes se encaixariam perfeitamente a narração de Jesus: “Sei que nem todos poderão receber esta Palavra, mas pela Nova Aliança, no meu sangue, existe o homossexual que não está inserido neste plano de casamento de macho e fêmea ou de homem e mulher. Receba esta palavra quem puder.”
Estudando o uso da terminologia “eunuco” na história, tanto do Antigo como do Novo Testamento, constatamos que o uso da palavra eunuco se referia tanto para os homens castrados como para os homens que não se atraiam sexualmente por mulheres.
Observem os eunucos nos filmes de época, são eles que cuidam da beleza da realeza e das mulheres nas Cortes.
Grande parte destes eunucos não eram “castrados”, mas sim, uma parcela de homossexuais de sua época, e que até hoje contribuem para a beleza do mundo no universo feminino. Estes são os melhores estilistas, os melhores profissionais de estética e beleza etc.
Os fatos históricos comprovam que estes “eunucos que nasceram assim” eram os homossexuais. Muitos até tiveram grande destaque na sua época; veja, por exemplo, a história de “Alexandre, o Grande”, pois é um belo eunuco o grande amor da vida do imperador .
Na Bíblia, encontramos diversas referências sobre os eunucos, dentre elas, no livro dos Atos dos Apóstolos, quando Filipe foi enviado pelo Espírito Santo a pregar o evangelho inclusivo e sem impedimento para um eunuco, alto funcionário de Candace, Rainha dos Etíopes. “E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?” (Atos 8, 36).
Veja a resposta de Filipe para o eunuco, leia-se como a resposta do Espírito Santo a todos os homossexuais que pretendem se batizar: “Felipe respondeu: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus. Então mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco.” (Atos 8, 37-38).
3)SODOMA E GOMORRA (GÊNESIS 18-19)
“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei”... (Oséias 4, 6)
A passagem do livro do profeta Oséias (4, 6) é muito séria! Muitos homossexuais e heterossexuais foram enganados simplesmente por falta de conhecimento, porque não se aplicaram em conhecer e estudar a fundo as Escrituras, buscando o direcionamento do Espírito Santo para compreender estas pouquíssimas passagens, que tão facilmente podem ser explicadas. Nesta parte, faremos uma abordagem a todas as passagens intencionalmente interpretadas contra os homossexuais.
Não pense que as interpretações acerca do pecado de Sodoma e Gomorra foram sempre as mesmas. Na verdade, elas têm sido variadas entre os tempos e por último, para sustentar um preconceito, há alguns séculos os homofóbicos passaram a afirmar que a destruição havia sido por causa da “homossexualidade”.
Leia os textos dos capítulos 18 e 19 de Gênesis e sem “pré-conceitos” entenda realmente o que aconteceu. Perceberá que os homens daquelas cidades queriam violentar sexualmente os anjos que chegaram à casa de Ló. Caso você nunca tenha ouvido falar, consulte livros de história, enciclopédias, internet... sobre o assunto xenofobia, que é a repulsa a coisas ou pessoas estrangeiras, medo e ódio aos estrangeiros.
Por que o medo de nações estrangeiras? Lembra dos “espias de Jericó”? Existia uma estratégia de guerra e dominação entre os povos da Antiguidade de enviarem seus espiões para examinar a terra inimiga e voltarem às suas contando sobre todos os procedimentos e andamentos das cidades a serem invadidas. Uma forma de intimidar e refrear o envio de espiões, era violentando sexualmente os “visitantes”.
Voltando ao contexto, se fosse uma questão de homossexualidade pura e simples, por que haveria Ló de oferecer suas filhas virgens? Ele não seria tão estúpido para oferecer mulheres a um bando de homossexuais abusadores. Se ele ofereceu suas filhas, é porque sabia que os mesmos não eram homossexuais.
Esta situação de repulsa aos estrangeiros é logo encontrada alguns livros a frente do Antigo Testamento e pouco se fala sobre este texto da Bíblia. “Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao ancião, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. E o homem, dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais tal loucura. Eis que a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais essa loucura.” (Juízes 19, 22-24).
Estas histórias apenas confirmam os assuntos que seguem, por isso é importante que você leia com muita atenção. Este tipo de atitude para Deus é degradante. Violentar sexualmente uma pessoa, com o prazer de humilhar uma orientação sexual que não lhe era natural. Isto é exatamente o contrário da vontade de partilhar afetivamente uma vida a dois.
O profeta Ezequiel revela o verdadeiro pecado de Sodoma: “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado.” (Ezequiel 16, 49). Sodoma cometeu abominação por sua constante hostilidade, segregação e agressão ao ser humano. Trazendo esta questão para os nossos dias, podemos afirmar que o papel “sodomita” atualmente é desempenhado pelas próprias igrejas homofóbicas, pelo alto grau de rejeição a seres humanos, vidas, enfim, a toda uma comunidade de pessoas que Deus aceitou em amor.
Jesus repreende com severidade estas atitudes de rejeição a pessoas: “E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber. Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.” (Mateus 25,38-46).

4) LEVÍTICO 18,22 e 20,13
Pois, com efeito, o mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus. (Hebreus 7,18-19).
Transcrevemos um e-mail que circula na Internet de autor desconhecido muito usado em diversos estudos sobre o tema desta obra. É a resposta a uma locutora homofóbica de uma rádio evangélica norte-americana que adora usar o Livro Levítico para condenar os homossexuais.
“Querida locutora,
Gosto muito do Livro de Levítico e concordo que os cristãos devem sim viver debaixo da lei. Afinal, para que um sacrifício único e suficiente em Jesus Cristo? Para que uma Nova Aliança no Espírito deixando todo o conteúdo, rituais, sacrifícios da lei mosaica de lado? Mas tenho alguns problemas em cumprimento da Lei. Será que você poderia me ajudar?
• Eu sei que quando eu queimo um bezerro no altar, como um sacrifício, o odor que se desprende é cheiro suave e agradável ao Senhor. (Levítico 1, 5-9). O problema são meus vizinhos. Eles dizem que o odor não é nada agradável e ameaçam chamar a Saúde Pública, que também não gosta do odor. Que devo fazer?
• Levítico 11, 7-8 - diz que ao tocar o cadáver de um porco me torna impuro. Poderei praticar algum esporte com bola feita de pele de porco, caso use luvas?
• Levítico 11, 12 - diz que comer marisco é abominação. É uma abominação maior ou menor do que a homossexualidade?
• Eu sei que não devo ter contato com uma mulher durante o seu período menstrual (Levítico 18,19). O problema é; como saber? Sempre que pergunto, a maioria das mulheres se sentem ofendidas.
• Levítico 19,19 - diz-me que não posso plantar tipos diferentes de sementes no mesmo campo, e nem usar roupas feitas de dois tipos diferentes de material. Devo concluir que serei condenado se tiver uma hortazinha no fundo do quintal com alguns vegetais e temperos, ou se usar uma camisetinha básica, de algodão e poliéster.
• A maioria das pessoas que conheço corta o cabelo de vez em quando, apesar de que isso é expressamente proibido (Levítico 19, 27). Estaremos todos condenados?
• Levítico 21,16-20 - declara que eu não posso me aproximar do altar de Deus se eu tiver um defeito físico. Eu uso óculos. Será que Deus faz “vista grossa” para este pequeno detalhe?
• Levítico 25, 44 - declara que eu posso possuir escravos ou escravas, desde que tenham sido comprados em um dos países vizinhos. Um amigo meu insiste que essa regra se aplica a argentinos e paraguaios, mas não a uruguaios. Poderia me orientar? Por que não me é permitido possuir escravos uruguaios?”
No Antigo Testamento, a aliança de Deus com o povo de Israel dependia do cumprimento da lei mosaica, que compõem os cinco primeiros livros da Bíblia chamado Pentateuco , e que posteriormente foi compilado pelo filósofo judeu Maimônides em seiscentos e treze mandamentos.
Hoje, como cristãos, vivemos na Nova Aliança ou tempo da graça e não estamos sujeitos a estas proibições da lei de Moisés; tanto é que, por exemplo, não guardamos os sábados, comemos carne de porco, camarões (Deuteronômio 14,3-21), alimentos com sangue (Deuteronômio 12) etc.
A lei era por demais austera e disseminava, por isso mesmo muito preconceito, impedindo o livre acesso de todos a uma vida plena com Deus. Veja aqui mais alguns exemplos: “Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos. Ou homem que tiver quebrado o pé, ou a mão quebrada, ou corcunda, ou anão, ou que tiver defeito no olho, ou sarna, ou impigem, ou que tiver testículo mutilado.” (Levítico 21, 17-20).
Pobre daquele que tivesse o mínimo defeito. Imagine você quem usa óculos, tem o nariz chato, teve uma doença de pele, quebrou a mão ou o pé... um portador de necessidades especiais (cego, coxo, corcunda...), anão, eunuco (que entrasse na categoria mutilação), jamais teriam livre acesso a Deus. Exatamente por esta razão, o Apóstolo Paulo será categórico ao afirmar que a lei em nada aperfeiçoou a vida humana: “Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.” (Hebreus 7, 19).
Certa vez ouvi uma história muito interessante sobre os judeus homossexuais e o cumprimento da lei mosaica através de um amigo judeu e gay. Perguntei ao mesmo sobre como eles faziam para seguir a lei mosaica e a resposta foi: “Pastor Marcos, mesmo os judeus ortodoxos gays tem relacionamentos homossexuais sem muitas dificuldades. Você como advogado sabe que na lei é fácil encontrarmos uma brecha; o texto fala para não se deitar como se fosse uma mulher. Assim muitos judeus gays resolveram o problema não tendo relação com penetração, pois não estaria nenhum dos dois como ‘mulher fosse’, já que assim procedendo, o casal não incorreria nesta questão prevista pela Halachá .
Por outro lado, como na lei judaica não há referência alguma sobre uma mulher deitando-se com outra mulher, como homem fosse ou coisas do gênero, não há problemas em relação às mulheres lésbicas.”
Uma lei é passível de ser burlada, entretanto nossa Aliança com Cristo passa necessariamente por uma relação profunda com o Espírito Santo, relação esta impossível de ser burlada, já que ela é a base sobre a qual podemos viver plenamente a mesma Aliança pela justificação que o próprio Cristo nos concede. “E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.” (Atos 13, 39). E a própria homossexualidade está inscrita precisamente nesta justificação.
Com Jesus nada mais precisa ser burlado, já que vivemos em uma Nova Aliança, pois a letra mata, mas o Espírito do Senhor vivifica (2 Coríntios 3,6); Jesus Cristo trouxe a todos esta nova aliança. Na ministração da Ceia do Senhor, seguindo os ensinamentos de Jesus, verbalizamos e afirmamos estar bebendo o sangue da “Nova Aliança”.
Isto significa que não precisamos viver no cumprimento dos preceitos e prédicas da lei mosaica, pois temos acesso direto a Deus pela Graça de Jesus Cristo, através deste que é a própria Palavra viva de Deus.
Assim: “O fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê.” (Romanos 10,4).
O Senhor Deus nos resgatou da lei, enviando o seu próprio filho Jesus que já pagou nossos pecados (cumprindo a própria lei) para que não fossemos mais subjugados a maldição dos antigos rudimentos mosaicos, afinal: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós.” (Gálatas l 3,13).
A Epístola de Paulo aos Gálatas revela que aqueles que insistem na continuidade das práticas da Lei estão em maldição para com Deus. “Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para fazê-las.” (Gálatas 3,10).
Veja que a Lei em nada aperfeiçoou a vida dos homens e o propósito do Senhor Deus já era de introduzir uma esperança em um plano mais amplo. “Pois, com efeito, o mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus.” (Hebreus 7,18-19).
A nova lei se estabelece em Cristo a partir do Amor e o fruto da nova aliança no Espírito Santo consiste na própria essência do amor; contra o amor nenhuma lei prevalece. “Mas o fruto do espírito é: o amor (...) contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5,22.23).
Ultrapassadas estas questões faremos a exegese do texto do livro Levítico 18,22 e mostraremos que mesmo na antiga aliança a relação de amor entre pessoas do mesmo sexo não era condenada.
Primeiramente, esta era uma lei que tinha como principal objetivo impedir que o povo de Deus se envolvesse em práticas de rituais dos povos circunvizinhos. Lembre-se de que, nesta época, o povo de Israel estava no meio do deserto e se desviava constantemente dos propósitos de Deus, por se misturar com os costumes de outros povos, dentre eles práticas de idolatria, prostituição cultual e sacrifícios sexuais a outros deuses que sempre envolviam a questão do sexo “contra a natureza.”
Situe-se no contexto: “Não procedereis como se faz na terra do Egito, onde habitastes; não procedereis como se faz na terra de Canaã, para onde os conduzo”. (Levítico 18, 3).
A partir de uma análise histórica daquela região na Antiguidade, compreendemos que a prática homossexual no Egito e em Canaã estava articulada diretamente à cultos ligados a questão do êxtase e da fertilidade, criando todo um conjunto de exercícios de prostituição ritual abominável aos olhos de Deus.
Todo tipo de prática sexual era utilizada nestes rituais, incluindo sexo entre pessoas do mesmo gênero, mas não apenas este. Por exemplo, nestes rituais, famílias inteiras de agricultores quando desejavam uma colheita próspera, promoviam cultos de fertilidade nos templos destes “deuses” onde pais, mães, filhos... todos praticavam sexo ao mesmo tempo com os prostitutos cultuais ou os chamados “prostitutos sagrados” em sacrifício.
O livro do Levítico não estava proibindo formas de relacionamento homossexual em amor (ou seja, o que hoje entendemos como homoafetividade), mas uma condenação a esta forma de adoração a outros deuses e também a esta forma de sacrifício idólatra, que se distanciava da adoração que se recomendava fazer ao Deus de Abraão. Algo que fornece um precioso embasamento aos nossos argumentos é que a própria palavra traduzida como “abominação” (no hebraico “toevah”) nos textos do Antigo Testamento, somente é utilizada num contexto de idolatria em toda a lei.
Desta forma, podemos ler este texto de Levítico 18,22 como: “Com um homem não te deitarás, como se fosse mulher. É prática de idolatria.”
Em Deuteronômio 23,17 (também outras passagens, principalmente no livro dos Reis) observamos a confirmação sobre a existência da prostituição cultual e o que o texto do Levítico estava condenando. Veja “Não haverá prostituta sagrada entre as israelitas, nem prostituto sagrado entre os israelitas” (Deuteronômio 23, 17 – versão da Bíblia de Jerusalém ).
Algumas traduções bíblicas mais tendenciosas do Antigo Testamento trocam a terminologia: “prostituto sagrado” pela palavra “sodomita” já criando uma falsa idéia de que o texto estava se referindo aos homossexuais; aqui encontramos uma clara e mal intencionada manipulação das Sagradas Escrituras Sagradas para construir uma doutrina homofóbica onde o pecado de Sodoma corresponderia proposital e diretamente à homossexualidade.
Perceba a malícia: “Não haverá prostituta dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel.” (Deuteronômio 23, 17).
A troca só nos ajuda a compreender que há sim uma manipulação da própria semântica bíblica em algumas passagens com a exclusiva finalidade de fomentar preconceito e exclusão.
Por fim, ao longo desta obra teremos visto claramente que as Escrituras Sagradas jamais fizeram qualquer menção negativa ao relacionamento de amor entre duas pessoas do mesmo sexo. O que as Escrituras condenam realmente são as práticas de prostituição cultual e “sagrada”, a violência, e o abuso sexual e práticas de sexo contra a natureza, ou seja, privadas de contato, afeto e reciprocidade.
5) ROMANOS 1, 21-28
Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Romanos 8, 1).
Existe uma expressão muito intrigante que diz: “texto sem contexto é pretexto”. Não resta dúvida que a mensagem bíblica é atemporal, poderosa e eterna; mas sua narrativa necessita naturalmente de uma contextualização apropriada. Aqui nesta passagem da carta do Apóstolo Paulo aos cristãos de Roma devemos indagar questões como: qual tipo de sexo era praticado naquela cultura? A qual tipo de relação sexual estava o apóstolo se referindo?
No verso 21, encontramos: “não o honraram como Deus” e logo em seguida dos versos 23-25 percebemos que o texto se refere ao pecado da idolatria. Nos versos 26-27, vemos o abandono do seu desejo natural, do seu prazer natural a uma vida de prática sexual desumanizada.
Mais uma vez o texto trata da relação sexual que não é advinda de um gesto de amor, de complemento, de carinho, de unidade, mas “contra a natureza”.
Pergunte a um homossexual o que lhe é natural na questão sexual. É amar a uma pessoa do mesmo sexo? Você se complementa em amor com uma pessoa do sexo igual ao seu ou com alguém de gênero diferente? Ao se provocar a situação em que alguém naturalmente homossexual tenha de se relacionar com uma pessoa do sexo oposto, o que se está fazendo na realidade é uma agressão de ordem mental e física, já que isto se choca frontalmente com a natureza daquela pessoa.
Da mesma forma, converse com um heterossexual sobre o que seria natural para o mesmo. Como o mesmo teria uma vida completa não fugindo da sua natureza? A resposta seria com uma pessoa do sexo oposto.
Podemos estudar o contexto da carta aos cristãos da igreja em Roma pela história, literatura, filmes de época, bem como outras fontes importantes, como discursos políticos, dramaturgia e a retórica latina.
Uma das mais fundamentais características da sociedade romana era o seu desprezo pela questão da identidade sexual. Tudo poderia ser revertido, de forma obstinada e compulsiva para uma pluralidade descontrolada de atos sexuais, muitas vezes desumanos e perversos. Um dos personagens mais famosos daquela época era o Imperador Calígula, soberano de Roma exatamente na época em que Paulo escreveu esta epístola.
Historiadores apontam para aspectos do mundo romano bastante marcantes de seu tempo: a indiferença a questão da natureza sexual dos cidadãos da “civitas”, o apego cada vez maior aos cultos de fertilidade vindos das províncias orientais do Império, a criação de adolescentes pelo aparelho de Estado, distante de suas famílias; neste último caso pode-se observar ainda a prática, de origem grega, do relacionamento sexual entre rapazes mais jovens e homens mais velhos, independente de suas orientações sexuais.
Em determinada fase da vida eles até se casavam com uma mulher, todavia, o sexo entre homens se inscrevia na questão da honra e da dignidade aristocrática, já que as mulheres ocupavam socialmente a periferia das relações sociais, sendo terrivelmente marginalizadas e muitas vezes consideradas apropriadas exclusivamente para fins de procriação.
Portanto, duas coisas podemos depreender da sociedade romana que Paulo testemunhou e na qual de uma certa forma viveu, a despeito de sua formação judaica: a misoginia e o abuso.
Há ainda outro aspecto que precisa ser ressaltado: a forma de relação entre pessoas do mesmo sexo era absurdamente assimétrica, ou seja desigual e injusta, já que envolvia adultos e crianças, velhos e jovens no mesmo ato. Não há dúvida que essas práticas, em sua versão perversa, são absolutamente contra a natureza!
Concluímos, portanto que a condenação da Carta aos Romanos era a condenação a experimentação de formas sexuais contra a natureza pelo simples desejo ou busca por prazer, sem uma orientação sexual correspondente e inata, estes não tinham a orientação homossexual. Isso nós também, da mesma maneira que Paulo, consideramos pecado.
6) 1 CORÍNTIOS 6,9-10 E 1 TIMÓTEO 1,10
O qual nos fez também capazes de ser ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica. (1 Coríntios 3, 6).
“Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem “malakoi”, nem “arsenokoitai”, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”
Nesta passagem, temos dois termos que chamam a atenção. O primeiro, “malakoi”, foi traduzido pela versão de Ferreira de Almeida, da Bíblia em Português, como “afeminados” e o segundo na mesma versão “arsenokoitai”, como “sodomitas”. Duas palavras equivocadamente traduzidas, em uma clara operação de adulteração das Sagradas Escrituras.
Também, existem duas versões da Bíblia que fazem traduções para estas duas palavras que podemos chamar de abomináveis, tratam-se da “Bíblia na linguagem de hoje” que traduz “malakoi” como “adúlteros” e “arsenoitoitai” como “homossexuais”; já a “Nova Versão Internacional” – NVI traduz “malakoi” e “arsenoitoitai” como: “homossexuais ativos” e “passivos” respectivamente, o que configura um exercício semântico criminoso e abusivo, ressaltando que estas são as versões da Bíblia preferidas dos homofóbicos religiosos.
Recomendamos que jamais comprem estas duas versões ou caso vocês já as tenham, risquem em seus exemplares as palavras falsamente traduzidas e coloquem as corretas, como mostraremos neste estudo.
Veja como é fácil perceber a manipulação Bíblica. As Escrituras Sagradas datam de mais de 2000 anos; como seria possível ter na Bíblia a palavra homossexual se o termo surgiu apenas em 1869, criado pelo escritor e jornalista austríaco Karl-Maria Kertheby?
Para esclarecermos estas dúvidas precisamos estudar os textos bíblicos em seus idiomas originais. É fácil comprar em qualquer loja de artigos bíblicos, uma versão original da Bíblia, do Novo Testamento em grego e verificar estas palavras. Compre também um dicionário, veja as raízes das palavras no grego e constate o que mencionamos aqui.
Estas duas palavras podem, de acordo com o contexto em que são utilizadas, ter mais de um significado. Mas, esteja certo que jamais terão qualquer sentido real aplicado ao termo homossexual. Neste sentido elas jamais se aplicarão a um relacionamento de amor e fidelidade entre duas pessoas do mesmo sexo.
O termo grego “malakoi” literalmente pode ser traduzido como “mole”. E dentro daquela cultura misógina do primeiro século, podemos dizer que uma associação com a feminilidade era vista como negativa em termos morais. Assim, “mole” poderia ser uma descrição de qualquer tipo de comportamento de vaidade exacerbada ou fraqueza de caráter. Um outro sentido para esta palavra poderia ser a referência à prostituição cúltica masculina, que também era muito forte na época e na cultura romanas .
O termo “arsenokoitai” que foi traduzido como “sodomita” na versão de Ferreira de Almeida, só passou a se referir a prática homossexual na Alta Idade Média. Provavelmente, alguns homossexuais poderiam estar incomodando alguns religiosos que não entendiam o que era de fato ser homossexual!
“Arsenokoitai” consiste em uma palavra de significado por demais obscuro, lembrando que é grande a quantidade de termos e palavras no grego clássico que significavam “comportamento homossexual”. É preciso lembrar ainda que o Apóstolo Paulo não utilizou nenhuma delas, de onde podemos concluir que ele se referia realmente a algo muito específico.
Etimologicamente, podemos dizer que o radical linguístico “arsen”, quer dizer macho e “koitos”, quer dizer cama. Este termo não possui nenhum registro na literatura grega antes de ser utilizado pelo apóstolo Paulo. Isto parece ser, portanto um neologismo do próprio Paulo, elaborado na composição desta epístola. Como o significado original deste neologismo pode ter se perdido no tempo, isto favorece interpretações grosseiras, sendo esta a palavra predileta para o arsenal homofóbico e tendencioso. No passado esta palavra antes de “sodomita” foi usada como “masturbadores” por algumas traduções bíblicas.
Por outro lado, é bom sabermos que nem tudo está perdido, pois hoje temos algumas traduções bíblicas, mais fiéis aos textos no idioma original. Em Português, temos a “Bíblia de Jerusalém” que é atualmente a melhor tradução das Sagradas Escrituras no mundo, onde teólogos judeus, cristãos e protestantes traduziram do hebraico, aramaico e grego para o francês sem intermediações pretensamente tradutológicas que acarretariam em qualquer distorção. Assim, quando queremos uma tradução mais fiel recorrermos à Bíblia de Jerusalém. As palavras que mencionamos de 1 Coríntios 6, 9 foram traduzidas pela Bíblia de Jerusalém da seguinte forma: “malakoi” como “depravados” e “arsenokoitai” como “pessoas de costumes infames”. Já em 1 Timóteo 1,10 a palavra “arsenokoitai” se repete e veio na versão da Bíblia de Jerusalém como “pederastas”, ou seja, adultos que fazem sexo com crianças.
7. LIBERDADE PARA AMAR, NÃO PARA LIBERTINAGEM
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. (Eclesiastes 4, 9-12).
O Evangelho não mudou, não faz acepção de pessoas e é para todo aquele que em qualquer nação faz a Deus o que lhe é agradável. Mas uma coisa é importante termos em mente: não podemos confundir liberdade com libertinagem. “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.” (Gálatas 5, 13).
Falamos de relacionamento, de união e amor entre duas pessoas de mesmo sexo, não estamos falando de oportunidade e acesso para a prática da libertinagem. A promiscuidade não é aceita por Deus, relações sexuais sem compromisso, múltiplas, puramente instintivas, animalescas... que desfiguram qualquer imagem e semelhança espiritual com Deus.
Estudamos sobre 1 Coríntios 6, 9 e por mais que duas palavras tenham sido falsificadas, continuaram os termos: devassos, idólatras, adúlteros, depravados e pessoas de costumes infames que se aplicam em pé de igualdade a pessoas de orientação heterossexual! Não é pecado ser heterossexual ou homossexual.
O pecado é como cada indivíduo direciona a sua orientação sexual. Por exemplo, um rapaz casado que trai a sua esposa, está cometendo pecado, entretanto um homossexual que vive um relacionamento monogâmico de fidelidade absoluta ao seu parceiro, está nos planos de Deus.
Não pregamos a inclusão para levar para dentro da igreja a perversão sexual como ocorria nos templos de prostituição sagrada que estudamos neste livro. É preciso ter um cuidado enorme, porque a semente da libertinagem pode como o câncer corroer um povo inteiro sem que se consiga sequer notar que a presença do Espírito Santo já se foi.
O Rei Saul, quando o Espírito de Deus se retirou dele, sequer pôde perceber, porque estava “cego” pela contaminação do pecado.
Em outras palavras, não adianta se apresentar o acesso pelo novo e vivo caminho de Jesus com a libertinagem, pois será um cego guiando outro cego, nas palavras de Jesus: “...são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” (Mateus 15, 14).
Ninguém bebe água em um copo sujo! Deus também não pode derramar aquilo que o mesmo tem de mais puro que é o seu próprio Espírito, em um templo contaminado, sujo ou imundo. “Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6, 17-19).
Não estamos falando em abrir as portas da igreja aos homossexuais para trazerem consigo a libertinagem ao mesmo tempo. Continuamos a crer que Deus não se mistura com a imundície. “Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1, 16).
Não é porque o amor de Deus é incondicional, que um relacionamento de amor entre duas pessoas não poderá ser reprovado por Deus. Não é porque Deus é amor e quem ama permanece em Deus, que o corpo, templo do Espírito Santo, pode ser usado de qualquer forma. O véu se rasgou e o acesso a Deus, em Jesus Cristo, foi liberado a todas as pessoas, mas não queremos usar desta liberdade para permitir a libertinagem!
O ato sexual deve ser considerado como algo santo, momento em que dois seres se tornam uma só carne, um só corpo, uma só vida... A união entre duas pessoas deve ser em pureza, como no ato de união da Igreja com Cristo, por isso em compromisso, em unidade, em amor... O momento desta união sexual é para acontecer quando os mesmos tiverem em mente manter uma continuidade, e vir a ter uma união.
Também, não estamos falando aqui de heterossexuais que fazem sexo homossexual, por conta de “mudar a rotina” sexual. “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia; Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias; Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5, 19-21).
Todas as práticas acima narradas levam ao distanciamento de Deus, mas quando falamos de relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, segundo suas respectivas orientações sexuais, mencionamos um relacionamento de unidade, de amor, de fidelidade entre duas pessoas que se amam, que se completam.
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” (Eclesiastes 4, 9-12).
Melhor é serem dois, não cinco ao mesmo tempo, dez ou quinze... com fins de promiscuidade, libidinagem, fornicação. Defendemos portanto em nosso seio, o companheirismo, apoio, sustento, amor, como já dissemos. Uma coisa importante a ser salientada é que sequer há menção neste texto no original, nem nas suas traduções, de que uma relação santa aos olhos de Deus tenha necessariamente que ser entre um homem e uma mulher, mas sim entre duas pessoas.
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